Rememorando o Homem de Bem

Rememorando o Homem de Bem

Albucacys Maurício de Paula Filho

“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade na sua maior pureza. Se interroga à sua consciência em relação aos próprios atos, a si mesmo pergunta se não violou a lei; se não ocasionou prejuízos; se fez todo o bem que lhe era possível... se fez aos outros como gostaria que lhe tivessem feito.”

Esta, em síntese, é a norma do Espiritismo que mais resumidamente podemos colocar de acordo com o pensamento de Allan Kardec: “Conhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelo esforço que emprega para domar suas inclinações más.”

Para que a transformação aconteça, progressiva e lentamente, não é necessário contrariar as leis naturais ou levar uma vida de forma a destoar dos costumes sociais. “Para ser homem de bem não é preciso ser anti-social.” Nem Jesus nos ensinou isso.

O Espiritismo é uma doutrina de muita distinção e comedimento, e por isso repele tudo o que venha impressionar pela exterioridade. A Doutrina Espírita não quer que o homem de hoje viva como o homem do passado. Não aprova o abuso e o exagero do que fazemos.

Jesus nos ensina a vencer o mundo, estando nele, e não fora dele.

O homem não deve fugir do mundo para não se contaminar, por isso o Espiritismo prepara o homem para aqui permanecer sem se enlamear dos “pecados” que nele existe. Maior mérito há em viver no mundo imperfeito, como o nosso de expiações e provas, sem deixar-se arrastar, do que se isolar para não ter contato com a sociedade corruptível da qual todos participamos. “É fácil ser virtuoso quando se vive alheio às competições sem participar dos conflitos humanos.” Mas, é por meio da convivência social e das experiências junto aos homens que o espírito progride, pois aprende a distinguir o bem do mal, usando isso em seu benefício, conscientemente.

Temos que tudo ver com os olhos bem abertos, e saber repelir quando sentirmos que não vai ser bom para nós, ou que possa trazer prejuízo a outrem, porque responderemos por tudo o que fizermos ou deixarmos de fazer, já que somos responsáveis diretos por nossos pensamentos, palavras e atos.

“Não há necessidade de sacrificar o corpo”, mas não podemos esquecer que somos um espírito em purificação e que tudo deve ser praticado de acordo com a razão e dentro de certa disciplina.

Podemos estar em tudo, ver tudo, ter tudo, fazer tudo, pois nos é lícito, mas nem tudo nos convém, como nos diz Paulo de Tarso.

Referência bibliográfica

“O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas - Deolindo Amorim..”

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